O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), por meio da Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social, deu início, na manhã desta segunda-feira (30/06), ao 1º Fórum de Saúde Digital de Mato Grosso. O evento reúne especialistas de todo o país para debater os caminhos da transformação digital no Sistema Único de Saúde (SUS), com foco no uso de tecnologias como telessaúde e inteligência artificial.
Durante a abertura do Fórum, o Procurador-Geral de Contas do Ministério Público de Contas (MPC-MT), Dr. Alisson Alencar, destacou que a inclusão digital é um dever do Estado e um direito da população. Segundo ele, a incorporação de tecnologias nos serviços de saúde pública não é mais uma escolha, mas uma exigência constitucional.
“O vídeo institucional apresentado é esclarecedor quanto a um ponto fundamental: propiciar o acesso digital e tecnológico da sociedade aos serviços de saúde pública não é mais uma opção — é uma obrigação, uma determinação constitucional. Não podemos mais deixar a sociedade mato-grossense e brasileira de fora desse processo de inclusão digital — e a saúde não pode ser exceção”, afirmou o Procurador-geral.
Alencar também parabenizou o Presidente do TCE-MT, Conselheiro Sérgio Ricardo, e todos os envolvidos na organização do evento, ressaltando que iniciativas como essa promovem dignidade e cidadania por meio da inovação.
Tecnologia como ponte entre o SUS e o cidadão
O Procurador-Geral de Contas ressaltou ainda que o uso de ferramentas digitais reduz deslocamentos desnecessários, elimina filas e longas esperas, e proporciona mais conforto e segurança à população.
“A população não precisa mais enfrentar filas ou esperar horas por uma consulta. Esse atendimento deve ser estimulado por meios tecnológicos, que geram conforto e segurança. Muitas vezes o paciente se desloca até um posto de saúde e acaba se contaminando. É muito melhor que o primeiro ponto de contato entre o SUS e o cidadão seja virtual”, defendeu.
Além do conforto e da agilidade no atendimento, Alencar pontuou os benefícios econômicos da digitalização: “Evita que o paciente precise percorrer mil quilômetros até Cuiabá para uma consulta simples, que poderia ser realizada virtualmente. Isso reduz significativamente os gastos com transporte, hospedagem e logística, tanto para o cidadão quanto para o poder público.”
O Procurador-geral encerrou sua participação destacando a importância estratégica da telemedicina e das inovações digitais como instrumentos de democratização do acesso à saúde: “É fundamental que estimulemos não apenas a inclusão digital, mas o acesso facilitado aos serviços de saúde por meio da internet e dos aplicativos. A telemedicina, assim como outras inovações nessa área, é essencial para o bem-estar da nossa população.”
O Fórum de Saúde Digital segue até terça-feira (1º), com uma programação voltada ao debate de soluções inovadoras para a gestão da saúde pública em Mato Grosso. Entre os temas abordados estão: o futuro da telessaúde, o uso da inteligência artificial, o controle das políticas públicas na era digital, a transformação digital no estado e o papel do Tribunal de Contas da União (TCU) no acompanhamento da saúde digital no Brasil.